quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A nossa nova DEMANDA EFETIVA e o seu desemprego voluntário.

O Brasil não vai bem quando faz das bolsas-auxílio o programa principal de governo. Todo mundo sabe, mas ninguém tem coragem de falar porque perde votos. Não digo que as bolsas-auxílio são ruins, mas elas devem ser temporárias e não vitalícias ou com tempo indeterminado. O governo deve também além de auxiliar temporariamente, dar suportes, meios, e oportunidades para todos “andar com as próprias pernas”. Paralelamente às bolsas-auxílio o governo deve também ofertar medidas de investimentos pesados em educação e geração de numero de emprego. À medida que recebe a bolsa, faz cursos e trabalha. Afinal, o conhecimento é a única coisa que ninguém tira de você. Você pode estar desempregado, falido, mas se tiver conhecimento, estudo, você pode começar do zero e dar um “upgrade” na sua vida novamente.
É a velha e famosa frase: Ao invés de dar o peixe, ensine também a pescar!

Mas a questão principal é a demanda efetiva que estamos formando. Os investimentos em social estão gerando uma demanda efetiva vulnerável com rendas cada vez maiores, tendo propensão consumista ilusória e tendência ao desemprego voluntário.

Exemplo:
Bolsa família (investimento) - Aumenta a Demanda Efetiva - Aumenta o numero de emprego (?)
Demanda Efetiva
Porque é preocupante? Porque cada vez mais o valor para esse tipo de bolsa está aumentando. Porque esse tipo de investimento não gera uma demanda efetiva concreta. E conseqüentemente não aumenta o numero de emprego. A Demanda Efetiva que forma com esse tipo de investimento é vulnerável com tendência ao desemprego voluntário que realiza aquisições de bens e serviços que um dia vão faltar. Como assim? O cidadão acomoda. Sem generalizar, mas ao invés de querer trabalhar, ele prefere ficar ocioso e receber sua renda. A falta do trabalho não gera mercadorias. Não podemos aplicar o modelo de Keynes para explicar um investimento que faz da demanda efetiva insegura. A quebra na formação de número de emprego corta o ciclo comum e aumenta os gastos do governo em algo que não gera trabalho.

Modelo:
Gasto do governo - Bolsa Social - Demanda Efetiva Ociosa - Numero de emprego (Duvidoso) - Renda - Consumo.
O consumo vai diminuindo porque o proporção de produção também diminui.

Qual o efeito da falta de TRABALHO realizado no modelo? Faltará produção. E os gastos públicos cada vez mais aumentando em investimentos que são mais compreendidos como compras de votos do que auxilio à necessidade? A grande verdade é que quem realmente paga por tudo isso é a população que trabalha e paga seus impostos.

Agradeço aos meus professores de economia, principalmente, professores Marcos Gattas, Castro, Saori, aos meus amigos e colegas de sala que discutiram o assunto: Douglas, Anderson e Saulo. Abraços.

William Campos

3 comentários:

Anderson Nunes Vieira disse...

Olá caro Senhor Excelentíssimo Presidente William.rsrssrsr..Foi muito interessante de sua parte iniciar esses debates entre nós alunos de economia, é interessante pelo fato de podermos colocar nossas idéias e também tentarmos aplicar o nosso curso na prática, coisa que é meio complicado na faculdade. Assim não faremos como muitos que após formarem colocam o diploma de economia debaixo do braço e vão prestar vestibular para contábeis ou administração. Seria interessante se nós pudessemos debater um assunto por semana aqui mesmo no seu Blog, com a participação dos professores, pois sabemos que em sala de aula é meio complicado devido ao conteúdo que temos que aprender. Fica a dica aí William, bora continuar com essa idéia. Agora vou fazer meu comentário sobre "A noossa nova DEMANDA EFETIVA e o seu desemprego voluntário" logo abaixo. Valeu...vamos espalhar essa idéia.
ABS: Anderson Nunes

Anderson Nunes Vieira disse...

Caros colegas economistas. Sobre esse assunto que o William estimulou tenho algumas observações.Temos primeiramente que saber o que é o Bolsa Família.O Bolsa Família é um programa criado pelo governo para amenizar a vida das pessoas menos favorecidas, com esse dinheiro essas pessoas podem pelo menos comprar alimentos. Quem se enquadra nesse programa do governo são familias pobres que tem uma renda de R$ 60,01 a 120,00 por mês, e as consideradas extremamente pobres são aquelas com renda de R$ 60,00 por mês. Foram liberados 22 bilhões para o programa bolsa família em 2010, ou seja, são 22 bilhões de reais a mais na economia certo? o auxílio varia de R$ 22,00 à R$ 200,00 dependendo da faixa de renda e número de filhos. Esse programa beneficia 12 milhões de famílias em todo o Brasil. Como estavamos descutindo em sala de aula, o Douglas disse que o valor do bolsa família estimula mais investimentos na economia, pois se analisarmos o modelo de Keynes, a oferta de moeda estimula os Investimentos (levando-se em conta a taxa de juros e a eficiência marginal do capital), que estimulará a Demanda Efetiva, consequentemenre aumentando o nível de emprego e a renda. Até ai tudo ótimo, porém o William acredita que o Bolsa Família pode estimular a ociosidade do trabalhador,ou seja,eu recebo o bolsa família mesmo não vou trabalhar,vou é fazer mais filhos pra ganhar mais,e mesmo que eu trabalhe não vou declarar pra continuar recebendo dos dois lados.É interessante essa análise também,porém eu acredito que com o crescimento da economia em nosso país e o aumento do consumo, acho pouco provável que alguém possa pensar assim hoje. Lógico que tem suas exceções, brasileiro é tido como "mala" mesmo, mas acredito que essa idéia de viver do Bolsa Família foi no passado, hoje o brasileiro quer consumir mais, quer ter seu carrinho, sua casinha própria, sua geladeira duplex, seu computador com internet e isso o Bolsa Família não consegue suprir. Assim como Douglas acredito também que o Bolsa Família ajuda sim o trabalhador, mas ajuda muito mais os Empresários, pois com mais 22 bilhões na economia, destinado para o consumo, estimua os empresários a investir mais, o que gerará mais empregos. Mas acredito também que deve haver outros estimulos ao investimento além do aumento do consumo, como a taxa de juros. Agora pare e pense..se o bolsa família gera 22 bilhões de reais a mais na economia...isso pode gerar inflação não pode?? e para conter a inflação o governo aumenta a SELIC não é??? e o aumento da SELIC não desestimula os investimento??? e pra gerar mais 22 bilhões de reais o governo não aumenta os tributos??? pois ehh...é aí que eu acredito no modelo de KALECKi...quanto mais o governo aumenta seus gastos mais o lucro dos capitalistas tente a aumentar, e para KALECKi o fator fundamental para os investimentos dos capitalistas são os lucros...ele vai determinar os preços, a renda, o emprego e por aí vai...o governo tem que saber medir esse equilíbrio...aumentar impostos, taxa de juros e gastos públicos pois são eles que podem determinar o consumo e os investimentos, ( e no nosso caso do Bolsa Família).Lógicamente que o governo precisa ser energético em questão da distribuição do Bolsa Família, mais diminuir ou aumnetar o Bolsa Família não será o fim da pobreza no Brasil e nem o maior salto econômico também...acredito que o Bolsa Família é apenas o degrau inicial para os menos favorecidos se tornarem um pouco mais favorecidos amanhã. É difícil você acordar de manhã com 8 filhos pra criar, ir trabalhar numa indústria até 12 hs por dia de segunda a segunda pra ganhar R$ 510,00 (Bruto ainda temos que tirar o INSS, o SINDICATO, etc)e tem que pagar as contas e o resto comprar arroz e feijão que dura 10 ou 15 dias?? e o restante do mês, e a carne, e o lazer?? esse trabalhador se tornará improdutivo, desestimulado, sem pespectiva de vida para si e para sua família. agora você imagina 12 milhões de trabalhadores nessa situação.
ABS: Anderson Nunes

William Campos disse...

Boas palavras, Anderson. Como falei a questão principal é o fato da bolsa família não ser temporária e sem um trabalho paralelo de erradicação total desse problema para o cidadão. A intenção geral é que o povo continue recebendo a bolsa família e de certa forma continue dependendo do governo.
Nós sabemos os efeitos de emissão de moeda e inflação que gera os 22 bilhões na economia. Todavia ainda penso, em nível de observação, muitas pessoas acomodam com programas como esses. Ratifico mais uma vez. Ele deve ser aperfeiçoado. E com a verdadeira finalidade de distribuição de renda, erradicação da pobreza, ajuda os necessitados, auxílio escolar, auxílio para alimentação e muito mais... Sem a intenção maquiada de compra de votos e dependência familiar.
Vamos observar futuramente os feitos na demanda efetiva e sua ociosidade supostamente. Os efeitos no numero de emprego e no consumo. Os efeitos na produção. Os gastos públicos cada vez mais e mais.



"O governo deve também além de auxiliar temporariamente, dar suportes, meios, e oportunidades para todos “andar com as próprias pernas”. Paralelamente às bolsas-auxílio o governo deve também ofertar medidas de investimentos pesados em educação e geração de numero de emprego. À medida que recebe a bolsa, faz cursos e trabalha. Afinal, o conhecimento é a única coisa que ninguém tira de você. Você pode estar desempregado, falido, mas se tiver conhecimento, estudo, você pode começar do gero e dar um “upgrade” na sua vida novamente."


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